Lá estava ela, pronta para aquele dia, seu vestido branco, mais parecia uma nuvem, seus olhos brilhavam, mas com um brilho diferente, não aquele brilho alegre que todos esperam, aliás era seu "grande dia"...
Sim, lá estava ela, erguida, naquela imensa porta, suas lágrimas escorriam num incontrolável pranto, nem todos entendiam aquele choro dela, era um choro doído, um choro que doía, e partia o coração dos ali presentes, ninguém sabia o que fazer, ninguém entendia o motivo daquele choro soluçado que caia sobre aquela linda nuvem branca, todos ficaram parados olhando, uns se puseram a chorar com ela, enquanto outros olham para ele, lá na frente a olhando chorar, tinha um olhar vago, de quem procurava entender o que acontecia, parecia segurar o pranto que quis ser derramado ao vê-la daquele jeito.
Todos se entre-olhavam, ela, com dificuldade, deu seu primeiro passo, como se algo a prendesse naquela porta. Ele a olhou, sentiu um enorme aperto no peito, olhou para todos que lá estavam, começou a andar na direção daquela linda e chorosa garota, a cada passo que dava aumentava o desespero da moça que sentia mais vontade de sair correndo dali, ele continuava a se aproximar, já quase não aguentava conter as lágrimas, foi dando passos vagarosos, enquanto pensava no que dizer à bela dama... Chegou até ela, parou em sua frente, ela com o rosto abaixado não queria olhar nos olhos dele, ele segurou a mão que não se ocupava com as flores, com a outra segurou em seu queixo, e ergueu seu rosto, olhando-a nos olhos disse:
- O que houve, minha doce e adorável criança ?
Ela sem saber o que dizer, apenas o abraçou e chorou, chorou, chorou, ele tirou aquilo que a atrapalhava ver, deixou sua visão bem clara, apertou o abraço e logo em seguida a soltou, olhou em seus olhos, já sem o branco que atrapalhara antes, e disse com uma doce e amigável voz:
- Vá, segue teu destino, seja aquela linda ave que sempre foi, aquela que sempre voou e alegrou meu céu! Vá, alegre o céu de quem realmente queres alegrar, pois não quero vê-la chorar, não quero vê-la triste, nem quero que se sinta obrigada a nada...
Ela ao ouvir suas palavras enxugou o rosto, olhou-o no fundo dos olhos, suas flores caíram no chão, e durante alguns segundos, que para os dois pareceram minutos, ou até mesmo horas, ficaram ali, se olhando, todos falavam, estavam pasmos com aquela cena, e com as palavras do jovem rapaz, mas os dois se sentiam como num jardim secreto, sem ninguém por perto, era apenas ele e ela, então, ela disse meio que forçando a voz para sair:
- Não, me entenda mal, mas eu não posso fazer isso com você!
- Segue seu destino, segue sua vontade, assim você estará feliz, e isso me deixará mais feliz que tê-la comigo, triste.
Ela sorriu ao ouvir aquela voz que sempre a confortou exercer seu trabalho mais uma vez, olharam-se por mais uns segundos, ela segurou a mão daquele jovem, e correu dali, o puxando consigo, ele foi numa inexplicável felicidade, os outros ficaram apenas olhando, ninguém entendia nada, até que uma voz rouca e baixa disse num tom não elevado, mas que todos puderam ouvir:
- Cada um tem seu tempo!
Eles continuaram, foram viver a vida deles, livres de todos, mas presos um ao outro!
3 comentários:
e eu só me encanto e encanto cada vez mais.
Espero mesmo que ela esteja me esperando em algum lugar, na verdade espero muito por isso, mas acho que não me cabe só esperar. Obrigado.
se o meu momento fosse uma doença e existisse cura, eu poderia dizer que só conheço a boca do pode me curar e pior, apenas por foto.
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