Era uma garota muito desastrada, mas era feliz, tinha cabelos escuros e pele clara, fazia os amigos rirem em qualquer situação, colocava todos pra cima, nunca haviam visto alguém que, como ela, se importava tanto em ver o outro feliz! Porém, um dia, quem não estava feliz era ela, não havia um motivo certo, mas ela não conseguia sorrir, e um de seus amigos a perguntou o que havia acontecido, ela, sem observações, disse não saber, mas que ia passar. Foram dias, semanas, meses assim, até o dia que ela não aguentou mais, e chorou, chorou, queria saber o que tinha acontecido, aonde fora parar toda aquela alegria que existia antes, como ela conseguia consolar os amigos e fazê-los rir sem achar nada engraçado, e então, sua melhor amiga a disse: "você tem o dom de nos fazer feliz, e nós queremos te ver feliz também". Juntas começaram a procurar o que havia tornado a vida dela tão triste, se podemos dizer que chegou a ser triste, seria mais indiferente, ela não sabia o que sentia, mas sabia que não era felicidade. E assim começaram a procurar algo que trouxesse aquela garota de antes, aquela que ria de tudo, que fazia todos rirem, e descobriram que, às vezes, é preciso chorar para poder rir depois. Então ela deixou de ser a garota forte que demonstrava, a que quase nunca chorava, e passou a ser a garota sensível que sempre existiu, mas sem deixar características daquela forte de antes. Quando estava triste, sorria mesmo assim, chorava rindo, deixou ser abraçada quando precisava, dizia tudo que sentia, tinha seus dias feliz, tinha seus dias não tão felizes, mas percebeu que não existia um dia triste, pois há sempre algo bom, que nos deixa feliz, na coisa que mais nos chateia.
