sábado, abril 17

Minas enigma

Se sou mineiro ? Bem, é conforme, dona. Tudo é conforme. Basta nascer em Minas para ser mineiro ? Que diabo é ser mineiro, afinal ? Em suma: ser mineiro é esperar pela cor da fumaça. É dormir no chão para não cair da cama. É plantar verde para colher maduro. É não meter a mão em cumbuca. Não dar passo maior que as pernas. Não amarrar cachorro com linguiça.
Porque mineiro não prega prego sem estopa. Mineiro não dá ponto sem nó. Mineiro não perde trem.
Evém mineiro. Ele não olha: espia. Não presta atenção: vigia só. Não combina: conspira. Não se vinga: espera. No mais, é confiar desconfiando. Dois é bom, três é comício. Devagar que eu tenho pressa.
Um estado de nariz imenso. Um estado de espírito: um jeito de ser. Manhoso, ladino, cauteloso, desconfiado - prudência e capitalização.
- Meu filho ouça bem o seu pai: se sair à rua leve o guarda-chuva mas não leve dinheiro. Se levar, não entre em lugar nenhum. Se entrar, não faça despesas. Se fizer, não puxe a carteira. Se puxar, não pague. Se pagar, pague somente a sua.
Mas todos os princípios se desmoronam diante de um lombo de porco com rodelas de limão, tutu de feijão com torresmos, linguiça frita com farofa. De sobremesa, goiabada cascão com queijo. Depois, cafezinho com requeijão. Aceita um pão de queijo ? "biscoito polvilho" ? brevidade ? ou quem sabe uma broinha de fubá ?
Falar de Minas, trem danado, sô. É falar num mundo misterioso, no mundo irônico, esquivo ou pitoresco de Cyro dos Anjos, Oswaldo Alves, Mário Palmério, seus romancistas. E num mundo de gente, seus personagens, que vão de Antônio Carlos a Milton Campos, de Bernardes a Julcelino - basta um muro ! ah, se eu me chamasse Raimundo. Dentro de mim uma corrente de nomes e evocações antigas, fluindo como o Rio das Velhas no seu leito de pedras, entre cidades imemoriais. Leopoldina, doce de manga, terra de meus pais... Prefiro estancá-las no tempo, a exaurir-me em impressões arrancadas aos pedaços, e que aos poucos descobririam o que resta de precioso em mim - o mistério da minha terra desafiando-me como a esfinge com o seu enigma: decifra-me ou devoro-te.
Prefiro ser devorado.


                                                                                Fernando Sabino (com adaptações)

terça-feira, abril 13

Azul & Amarelo



Vou confessar que eu simplesmente surtei quando vi essa camisa, como assim o Flamengo com o 3º uniforme nas cores azul e amarelo ? Não pode, como fizeram isso ? Mas sabe eu ja me acostumei, até to achando bonita, claro que foi meio estranho, me acostumei com o vermelho e preto do Mengão. Então descobri que as primeiras cores do Rubro-Negro Carioca foram azul e amarelo, em que o azul representava a Baía de Guanabara e o amarelo (ouro), as riquezas brasileiras, então em 1896 foram trocadas para as cores preto e vermelho que eram as cores da bandeira do Jockey Clube Brasileiro, conforme um dos fundadores do clube Augusto Lopes da Silveira a publicação ÁLBUM RUBRO NEGRO (Edição nº. 01 de 1952 página 94); devido ao azul e amarelo desbotarem com facilidade por causa da salinidade das águas da Baía da Guanabara e do sol, além da dificuldade na importação do tecido da França e da Inglaterra.




Mais notícias do Megão em :